O Rio Grande que anda
16/06/2008
Avisibilidade da crise política que afeta o Rio Grande está deixando em segundo plano a recuperação econômica do Estado e outras conquistas da parcela da população que trabalha, paga impostos e luta pela construção de um país mais justo. De acordo com o IBGE, a expansão da economia estadual registrada nos últimos meses é superior à média nacional, superando um período de depressão que foi vivido com muita preocupação pelos governantes e pelos cidadãos. Registra-se um número recorde de empregos com carteira assinada. As safras de grãos, depois de frustrações sucessivas, retomam indicadores de eficiência e produtividade, alavancando um sem-número de outras atividades. Mesmo em meio às várias crises, os gaúchos são surpreendidos com anúncios de vultosos investimentos, muitos deles na chamada Metade Sul, a região mais degradada por décadas de esquecimento e abandono. Ao lado e talvez por isso, a arrecadação de impostos cresce de maneira consistente, apontando para a possibilidade de um saneamento fiscal no setor público.
Pois cumpre aos gaúchos alinhar-se a esse Rio Grande que anda. É o Rio Grande que, assoberbado pela crise no setor público, consegue manter-se entre as economias mais dinâmicas do país. É o Rio Grande que, carente de recursos, ainda registra índices sociais de saúde e educação satisfatórios. É o Rio Grande que supera conjunturas cambiais, tragédias climáticas ou equívocos e descontinuidades na condução dos assuntos administrativos.
Os gaúchos, humilhados pelos efeitos da crise ética que nos últimos dias lhes afetaram a auto-estima e temerosos de que o momento difícil do setor público não seja revertido a tempo de impedir a queda nos índices sociais, esperam que essa conjuntura seja superada. Querem voltar a ter motivos consistentes de orgulho.
A conjuntura gaúcha exige, por isso e para isso, gestos de responsabilidade. As investigações em andamento devem pautar-se por padrões de grandeza política e qualidade técnica, não por complacência ou por revanchismo. É hora da competência, não da atuação interesseira. As instituições já deram mostras de solidez. E os políticos gaúchos, que já enfrentaram outras crises e foram sábios ao lhes dar o melhor encaminhamento possível, estão sendo desafiados a trabalhar para que, rigorosamente dentro da lei, também os acontecimentos de agora sejam equacionados com justiça e com o atendimento dos interesses do desenvolvimento do Estado. Os exemplos positivos de um Rio Grande que avança é que devem inspirar a ação do presente e fornecer as bases do futuro.
PADRÕES
As investigações em andamento devem pautar-se por padrões de grandeza política e qualidade técnica, não por complacência ou por revanchismo.
Fonte: Editorial Zero Hora
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