Moreira defende nova imagem da Assembléia
01/02/2008
Ao assumir presidência do Legislativo, disse acreditar no Pacto pelo Rio Grande como medida efetiva para enfrentar crise
O novo presidente da Assembléia Legislativa, Alceu Moreira, do PMDB, empossado ontem, terá pela frente a tarefa de recuperar a imagem do parlamento após um ano marcado por denúncias de corrupção. Ao mesmo tempo, ele espera que o foco dos trabalhos legislativos seja o de ajudar o Rio Grande do Sul a zerar o déficit das contas públicas. Em 30 minutos de discurso, destacou ainda que a Assembléia será o palco dos debates sobre a crise estadual.
Moreira afirmou que todos, independentemente da área, são responsáveis pela situação gaúcha e que somente com a convergência de ações esse cenário poderá mudar. Lembrou que nos últimos anos o Rio Grande do Sul teve diversos tipos de movimentos e projetos com a mesma idéia, mas é necessário avançar. 'Sociedade convergente incorpora as experiências, mas pretende ir além. Vamos transformar a contribuição de todos em metas e objetivos concretos. Todos somos cúmplices, arquitetos e operários da construção dos novos rumos do Estado', disse.
Em relação à crise financeira, Moreira disse que a governadora Yeda Crusius buscou formas para realizar o ajuste fiscal; porém, destacou que por uma questão eminentemente política não conseguiu prosseguir. Afirmou ainda que outro caminho para o Estado sair dessa situação é a aplicação efetiva do Pacto Pelo Rio Grande. 'Não adianta apenas diagnosticar as doenças de um paciente sem dar o remédio devido. Isso não adiantará nada', explicou ao comparar as contas públicas como paciente terminal.
O presidente anunciou mudanças na estrutura. Ao retomar os trabalhos, após o Carnaval, a Assembléia terá a redução no número de diretorias da Casa, que passará de 14 para sete. 'A idéia é tornar mais eficiente e ágil a atividade no Legislativo', disse. Ressaltou esperar que as ações dos deputados não fiquem restritas apenas à elaboração de leis, mas também colaborando nos debates sobre o Estado. Acredita ainda que o parlamento pode fazer mais do que apenas sugerir, auxiliando nas resoluções dos problemas estruturais gaúchos.
Para Moreira, outro desafio da Assembléia em 2008 será o de evitar novos casos de corrupção. 'Antes ocorreu porque houve espaço. Agora não será mais permitido', ressaltou. Salientou que o corte de gastos será o resultado do controle das despesas, mas que isso não pode afetar o trabalho dos parlamentares. 'Deputado tem que fazer render seu mandato na plenitude', resumiu.
Sobre o relacionamento com o Executivo, Moreira disse que o parlamento continuará autônomo, mas estará aberto ao diálogo. O objetivo é estimular o debate para que as propostas aprovadas na Assembléia tragam benefícios à sociedade gaúcha.
Fonte: Correio do Povo
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