Caça ao voto na guerra do veto
10/03/2009
Governo e oposição disputam apoio de indecisos para a votação de hoje
O Palácio Piratini enfrenta hoje a primeira grande batalha do ano no plenário da Assembleia Legislativa: os deputados estaduais decidem se mantêm ou derrubam o veto da governadora Yeda Crusius ao abono de faltas de servidores grevistas.
Mesmo que tenha acenado com ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal em caso de derrota, uma vitória hoje é fundamental para o governo na queda-de-braço com o Cpers. Os dois lados têm assediado deputados, principalmente os da base. A lista dos indecisos soma 13 nomes (veja quadro).
O Cpers tem apostado no corpo-a-corpo. Além de a direção do sindicato passar pelos gabinetes com frequência, orientou os núcleos no Interior a visitar os parlamentares. Deputado e presidente do PP, Jerônimo Goergen recebeu torpedo de um sindicalista cobrando posição favorável aos grevistas. Faz parte da estratégia do sindicato afirmar que espera coerência dos parlamentares. Segundo a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, um painel será instalado hoje no Legislativo com fotos dos deputados que votaram a favor do abono às faltas. Quem mudar o voto será “denunciado”.
Do outro lado, o Piratini pressiona a base e se esforça para atender a pleitos de insatisfeitos. Os deputados descontentes querem compensações pelo desgaste que terão com os servidores.
A governadora participou das negociações ontem, e partidos aliados também pressionam dissidentes. O senador Pedro Simon, presidente do PMDB, ligou para Alberto Oliveira pedindo para que mude sua posição. Embora tenha anunciado voto contra o Piratini, Álvaro Boessio (PMDB) disse ontem que recebeu ligações de colegas e que não quer ser a “ovelha negra”.
No PP, a orientação é pela manutenção do veto:
– É um tema polêmico, mas importante para a governabilidade. Temos certeza de que o governo fará tudo o que for possível para evitar perdas para os servidores – diz Goergen.
leandro.fontoura@zerohora.com.br
LEANDRO FONTOURA
O que está em jogo |
> Se o veto da governadora for derrubado, serão beneficiados os professores que fizeram greve por 15 dias em novembro e servidores da Saúde e da Segurança que paralisaram atividades no mesmo mês. |
> Para derrubar o veto de Yeda, são necessários 28 votos. Para os governistas, a oposição não passará de 24. Para haver quórum, são necessários 28 deputados. |
> Mesmo que perca hoje, a governadora poderá cortar o ponto em futuras greves. Um decreto de outubro de 2008 prevê o corte de ponto de servidores grevistas. |
(Fonte: Zero Hora)
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