A maior apreensão de gado em cinco anos

Em uma operação conjunta, policiais do Brasil e do Uruguai localizaram 185 animais furtados

Uma operação envolvendo as polícias brasileira e uruguaia resultou em uma grande apreensão de gado furtado na fronteira.

Em Bagé, na Campanha, foram identificadas 185 cabeças de gado roubadas por uma quadrilha de abigeatários que atua na região. A apreensão é considerada pela Polícia Civil uma das maiores do Estado nos últimos cinco anos. O rebanho recuperado é avaliado em aproximadamente R$ 200 mil.

A ação contou com uma força-tarefa da Polícia Civil e agentes da polícia uruguaia, num total de 30 homens. O trabalho integrado entre as corporações já dura cerca de dois meses. Durante as vistorias de rotina da operação, policiais chegaram a uma propriedade suspeita, de aproximadamente 500 hectares, com base em informação de pecuaristas da região. A estância fica na localidade de São Luiz, a 10 quilômetros da linha de fronteira com o Uruguai.

No momento em que chegavam, os policiais encontraram o responsável pela estância e outros homens queimando brincos de identificação dos animais. Por meio dos acessórios, foi possível identificar a origem dos bovinos. Todos tinham sido furtados de propriedades localizadas no Uruguai.

O dono da propriedade disse que comprou os animais sem saber que eram fruto de abigeato. Parte das cabeças já tinha como destino certo frigoríficos fora da região – um deles em São Leopoldo. Os responsáveis pela propriedade onde estava o gado furtado serão indiciados por receptação e responderão em liberdade.

De acordo com um dos chefes da operação, o delegado regional da Polícia Civil, Sezefredo Lopes, o próximo passo será encontrar os demais membros da quadrilha. Alguns já foram identificados. A suspeita é de que a maioria seja uruguaios.

– Será a continuidade desse trabalho em conjunto com a polícia uruguaia. Como temos aqui uma fronteira seca, isso facilita o transporte de gado entre os dois países – frisa Lopes.

De todos os animais, 107 já foram devolvidos ontem aos donos. Um deles teve 85 cabeças roubadas. Os exemplares seriam levados em caminhões ou por tropeiros para as fazendas uruguaias.

Após essa ação, as operações continuam. A meta é manter o trabalho integrado entre as polícias dos dois países, com fiscalização rigorosa em propriedades na região.

A operação vai ao encontro da ofensiva do Estado e do Ministério da Justiça contra o abigeato, principalmente nos municípios situados em regiões de fronteira. Nos próximos meses, Bagé deverá receber uma Central de Inteligência que comandará as ações contra crimes rurais na região.